segunda-feira, 25 de junho de 2018

Entrevista

Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact


ENTREVISTA
Entrevista realizada com duas moradoras antigas do bairro, uma reside há 70 anos e outra reside há 100 anos, em ambos os casos não houve autorização dos familiares para divulgação dos respectivos nomes, mas foram passadas informações bastantes significativas para o trabalho. A primeira moradora, que reside há 100 anos no bairro e que inclusive mora na mesma rua em que eu moro, relatou dados bem ricos sobre a rua que foram bem detalhados, quando cito historicamente o surgimento de minha rua, neste mesmo site, a outra moradora relata maiores informações acerca do bairro e da forte batalha com a Santa Casa de Misericórdia pela posse do terreno.
Em ambos os casos foram dirigidas perguntas semelhantes para as moradoras. Por questões didáticas, nessa entrevista chamo a moradora de 100 anos de entrevistada 1 e a de 70 entrevistada 2.
1 Como se configurava o bairro na época em que a senhora começou a morar aqui?
Entrevistada 1: “O bairro era fechado de mato por todos os lados, com alguns caminhos que davam acesso para o mar, tinha também várias fontes naturais e um riacho que passava no fundo da minha casa onde lavava roupa de ‘branco’ para sustentar meus 7 filhos, tinha um campo de jogar bola antigo, cheio de barro onde a molecada costumava brincar, e as casas da rua eram tudo de taipa, tendo bem poucos prédios por aqui”.
Entrevistada 2: “Logo que mudei para cá, ainda menina, a Rua Teixeira Mendes, a principal do bairro nem existia ainda, o local era totalmente fechado pela Santa Casa, e pra gente sair do bairro tinha que passar por dentro do cemitério. Além disso, tinha várias descidas de acesso a praia que depois foram sendo fechada com as construções que foram surgindo com o tempo. O bairro tinha muitas fontes naturais onde as lavadeiras ganhavam a vida e sustentavam suas famílias, lavando e passando para os ‘brancos’ da Garça. Quase não tinha comércio e tudo que precisávamos comprávamos na Feira de São Joaquim. Antigamente tinha uma linha de ônibus que entrava no bairro e ia até o final de linha e depois ia até o final de linha de São Lázaro, mas a prefeitura tirou. A população daqui era muito pobre, os meninos ia brincar na ladeira do ‘Vai Quem Quer’ onde tinha um campo de futebol, mas acabaram com tudo”.
2 Como era a população que residia no bairro na época em que a senhora veio morar aqui?
Entrevistada 1: “Eu vim pra cá muito nova, morávamos no Vale do Canela, mas como me casei cedo vim pra aqui com meu marido e meu primeiro filho, o povo que morava aqui era muito pobre, a maioria trabalhava como coveiro no Campo Santo ou fazendo bico na casa dos ‘branco’ e as outras mulheres éramos lavadeiras ou trabalhávamos na cozinha dos brancos para ajudar a sustentar a casa. A parte do povo que não era negra, ou vinham do interior e construam seus barracos aqui no terreno da Santa Casa ou eram trabalhadores do próprio cemitério”.
Entrevistada 2: “Quando vim morar aqui com minha família eu era muito nova ainda, mas me lembro que boa parte da população era negra, muito pobre, trabalhavam no Campo Santo e fazendo pequenos trabalhos nas casas do ‘brancos’, as mulheres eram domésticas nas casas da Graça e assim sustentavam suas famílias. Tinha também as famílias novas que vinham de outros bairros ou interior morar aqui, pois era um terreno central que teoricamente pertencia a Santa Casa de Misericórdia, portanto não havia muitos problemas para efetuar construções nos locais, mais a Santa Casa se achando dona do bairro começou a cobrar taxas dos moradores para que fossem construídas moradias, além disso houve uma luta muito grande da população do bairro para que houvesse a abertura da entrada principal para que pudéssemos entrar e sair do Alto das Pombas sem a necessidade de entrar no cemitério”.
Entrevistada 2: “A o bairro mudou muito, na principal, a Rua Teixeira Mendes se desenvolveu batente, agora tem vários mercadinhos onde antes só tinham bancas de vendedores, que vendiam o que plantavam em seus quintais ou iam comprar na Feira de São Joaquim para vender aqui na entrada, aliás tem duas barraquinhas que sobreviveram logo na entrada do ‘Beco do Mijo’ o resto deu lugar as funerária e aos mercadinhos que foram sendo construídos, as passagens que a gente tinha para a praia foram sendo aos poucos fechadas, hoje só tem acesoa a praia pelo Camarão, pela Bomba ou pegando ônibus no Campo Santo, a tem a Estrada de São Lázaro também”.  

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Rua Mestre Pastinha

Conhecendo a História de Minha Rua
Início da Rua Mestre Pastinha
Conforme citado nos relatos anteriores, o bairro da Federação e o sub bairro Alto das Pombas se desenvolveram no entorno da antiga Estrada do Arraial do Rio Vermelho, hoje Avenidas Caetano Moura e Cardeal da Silva, estrada essa que ligava o Arraial do Rio Vermelho a uma feira popular no centro da cidade onde era comercializado os produtos originados na região.
Bem a Rua Mestre Pastinha, se liga diretamente a Av. Caetano Moura, tendo uma ligação histórica direta com a Antiga Estrada do Arraial do Rio Vermelho, pois antes da modernização do bairro, a rua que resido ligava diretamente a Estrada do Arraial do Rio Vermelho ao atual bairro de Ondina, podendo ter sido um meio de atalho para se chegar ao centro da cidade. Com a modernização do bairro e o surgimento das emissoras de TV, principalmente a TV Bahia, e a construção de condomínios na região, o antigo acesso que havia para a praia foi definitivamente fechado.
Em entrevista com moradora centenária do bairro que reside nesta rua há mais de 90 anos, pude coletar muitas informações acerca do local. Segundo informações da mesma, a rua inicialmente se chamava Vai Quem Quer, devido a extrema dificuldade de acesso ao local, pois trata-se de um terreno com uma ladeira íngreme, que não havia aterramento muito menos asfalto, no local existia um campo de futebol que era utilizados pelos moradores, especificamente as crianças, e diversas fontes naturais de água potável, havendo até um riacho no local.
Ainda segundo informações da moradora esse riacho que existia no local era o que proporcionava renda as moradoras do local, em sua maioria negras, que sobreviviam de trabalhos domésticos, especificamente, lavavam roupas de moradores do bairro da Garça e utilizavam a água do riacho para tal finalidade.
Segundo essa moradora, ela própria criou seus 7 filhos realizando esse tipo de serviço. Com o passar dos anos o bairro começou a se desenvolver com o estabelecimento principalmente de funerárias, devido a sua proximidade com o cemitério do Campo Santo e por consequência a rua também, em um primeiro momento houve o estabelecimento de oficinas na rua, sendo uma das primeiras criadas por um dos filhos dessa moradora centenária. A partir do estabelecimento dessa oficina, surgiram novos comércios na rua como bares e bancas de vendedores ambulantes, dentre outros.
A partir do desenvolvimento do comércio na rua, houve a alteração de nomenclatura, de antigo Vai Quem Quer, para Rua Florestal Parque Suíço. A partir dessa mudança, a rua começou a se modernizar mais e com isso vieram outras consequências, como a transformação do antigo córrego em esgoto e por consequência seu aterramento e transformação em esgoto por parte da prefeitura, houve também a extinção do campo de futebol, dando lugar a uma oficina mecânica que existe até hoje no local, tempos depois a rua foi totalmente asfaltada e teve sua passagem que dava acesso direto a praia da Ondina fechada para dar lugar a um condomínio.
Final da Rua Mestre Pastinha
Segundo essa moradora, atualmente a rua apresenta poucas característica de como era originalmente, conservando apenas a vegetação no local onde era a passagem para a praia e hoje abriga o condomínio. Após todas essas transformações alguns comércios existentes na rua também foram extintos, existindo atualmente oficinas mecânicas e uma confecção de roupas no final da rua. Por fim, houve mais alteração na nomenclatura da rua que agora se chama Mestre Pastinha, mudança essa efetuada pela prefeitura, mas que nenhum morador sabe explicar exatamente a razão pela qual foi dado esse nome, pois o homenageado não tem relação alguma com o bairro.

      

População do Alto das Pombas

População-Alto das Pombas
Fonte: https://www.google.com.br/url?
A Bahia do século XVII abrigou senhores de engenho, planos de urbanização, comércio, estruturas sociais pouco diferenciadas e um contingente populacional que não parava de crescer. No século XVIII, apesar da descoberta do ouro nas Gerais, os progressos de Salvador como metrópole regional continuaram e a cidade apresentava vários problemas infra estruturais como poucas moradias e não dispondo de significativo poder econômico para enfrentar a concentração de propriedade.
Neste contexto, a Santa Casa de Misericórdia da Bahia - SCMB procurou contribuir com as suas diversas ações filantrópicas e, obviamente, buscava cumprir com todas as suas funções, mas, neste trabalho o enfoque, é dado apenas sobre o primeiro dos compromissos espirituais: “ensinar aos ignorantes”. A importante ação caritativa de acolher crianças e cuidar dos doentes está até hoje presente na memória de muitos, estreitamente ligada à Casa de Roda e ao Hospital Santa Isabel, razão pela qual, acreditamos, tenha ficado ofuscada a ação educativa desempenhada pela instituição.
Nessa perspectiva de acolhimento de senhores de engenho, por consequência atendia também aos escravizados gerando um contingente populacional que se firmou nas proximidades do então cemitério do campo de propriedade da santa casa de misericórdia fundado em 1836, desse contingente populacional formou-se no bairro da Federação o sub distrito do Alto das Pombas, formado por população de maioria negra e que em grande parte possuem religião de matriz africana legados de sua descendência africana, motivo pelo qual existe junto ao bairro um grande numero de terreiros de candomblé associados ao grande número de igrejas.
Além dos aspectos acima citados, acredita-se que a grande maioria da população do Alto das Pombas tenha se formado graças a grande concentração de escravizados da Santa Casa de Misericórdia, trata-se de filhos de escravos que eram atendidos pela instituição que se desenvolveu bastante na região graças a administração que mantem no cemitério do Campo Santo, razão pela qual grande parte do território do bairro pertencia originalmente a Santa Casa.
Segundo entrevista realizada com moradora antiga do bairro, reside a aproximadamente 50 anos, a relação da Santa Casa com os moradores  é considerada conflituosa pois, segundo a mesma a Santa Casa se achava dona do terreno e não tínhamos saída. Tínhamos que passar por dentro cemitério do Campo Santo com hora de fechar e abrir. Além disso, não existia calçamento e iluminação, de onde concluímos que inicialmente o bairro era totalmente fechado, não havendo a principal rua do bairro a Teixeira Mendes.
Considerando-se proprietária da região do Alto das Pombas, a Santa Casa passou a cobrar da comunidade uma taxa. Entretanto, segundo ela, moradora há mais de 50 anos, cujo local criou seus oito filhos, a Associação de Moradores do Bairro tem feito pesquisas em cartórios de Salvador e não tem encontrado registro que confirme a propriedade do terreno por parte da referida instituição. Por conta disto, os moradores deixaram de pagar a mensalidade estipulada e, agora uma questão corre na justiça, envolvendo a Prefeitura Municipal de Salvador e a Santa Casa de Misericórdia.
Fonte: https://www.google.com.br/url?
Atualmente estão sendo concedidas escrituras para os moradores do bairro, no terreno que até então, em tese era de propriedade da Santa Casa. O que podemos concluir desse relato é que existe sim uma forte ligação da população local com a Santa Casa, desde os tempos mais remotos com o surgimento do cemitério administrado pela Santa Casa, gerando um grande contingente populacional de escravizados até a relação conflituosa da atualidade.

Fonte: http://www.bahia-turismo.com/salvador/igrejas/sao-goncalo.htm



terça-feira, 19 de junho de 2018

Conhecendo o Alto das Pombas

Apresentando Meu Bairro
Alto das Pombas

O território do Alto das Pombas, assim como muitos outros bairros de Salvador apresentam peculiaridades significativas. Cidade de inúmeras riquezas artísticas e culturais, oriundas principalmente da sua herança africana, Salvador expressa seus atributos criativos através da música, da dança, da culinária, da religiosidade, da arquitetura, das artes visuais e fortemente nos comportamentos presentes no cotidiano da sociedade, que agrupa toda essa riqueza em uma simbologia, chamada por alguns, de baianidade.
No caso do território do Alto das Pombas resgatar elementos que envolvem a imagem do bairro tornar-se uma contribuição efetiva para a memória da cultura de uma cidade fundada no século XVI, e que necessita ainda descobrir e valorizar os ícones e elementos da sua história como potencialidade de desenvolvimento do tecido identitário.
Visão panorâmica: Alto das Pombas
O território do Alto das Pombas fica localizado na Federação, faz fronteira com o Calabar e é um dos bairros populares centrados numa região considerada nobre da cidade de Salvador, devido sua proximidade com os bairros da Graça, Garcia, Canela e Campo Grande.
O bairro possui uma única entrada para carros, sendo que as demais ruas possuem saídas, para o Calabar e Sabino Silva, apenas para pedestres. O largo situado no Alto das Pombas é famoso por ser espaço de lazer, samba, culinária e mobilização política das entidades comunitárias. O bairro é conhecido, também, por ser vizinho do Cemitério do Campo Santo, aliás, muitas das suas habitações pertencem à Santa Casa de Misericórdia que administra o cemitério. O Alto das Pombas ficou famoso na cidade por possuir um dos restaurantes da famosa cozinheira Dadá, mulher negra que ganhou projeção nacional, devido seu carisma e elaboração de pratos da culinária afrobrasileira.
É um bairro predominamente residencial, onde a situação das moradias é considerada precária, com muitas construções frágeis, apesar de também apresentar casas sólidas, construções mais resistentes e esteticamente bonitas. O número de crianças e jovens que vivem no bairro é elevado, e muitos deles brincam e perambulam pelas ruas da comunidade, empinando “arraia” (pipa) e jogando bola. Mas, por estarem numa região central, eles participam de diversas iniciativas sociais, às quais o acesso é facilitado por sua localização estratégica.
As atividades comerciais são abundantes e em expansão, na sua via principal Rua Teixeira Mendes. O Alto das Pombas possui uma população de 4.835 habitantes (SIM, 2010) o que corresponde a 0,16% da população de Salvador, concentra 0,15% dos domicílios da cidade, estando 25,96% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No que se refere à escolaridade, contata-se que 34,40% dos chefes, de família tem de 4 a 7 anos de estudo.
O nome do bairro, segundo relatam alguns moradores, se deve ao fato de que muitos caçadores procuravam o local, que fica num alto, para caçar pombos. Segundo, a membro mais antiga do Grupo de Mulheres do Alto das Pombas diz que onde hoje é o bairro do Alto das Pombas foi a Fazenda São Gonçalo. Ela conta que por causa das matas, das árvores frutíferas e por localizar-se no alto, este lugar atraía um grande número de pombas. Desse modo, com a inauguração do Cemitério do Campo Santo, seus funcionários começaram a construir casas nessas terras passado a chamar o local de Alto das Pombas.
Entre os principais equipamentos públicos do Alto das Pombas estão a Unidade de Saúde, a Escola Municipal Tertuliano de Góes e a Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima. Há uma bonita praça no final de linha do bairro, chamada Praça do Alto das Pombas Nossa Senhora de Fátima, local onde as pessoas aproveitam para se encontrar e realizar atividades em comum. Neste bairro existiram muitas fontes e riachos, outrora bastante utilizados pela população local, quando não havia água encanada.
Escola Municipal Tertuliano Góes

Fonte: http://www.periodicos.adm.ufba.br/index.php/rs/article/viewFile/301/245

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Aspectos Religiosos da Federação

Religião
Com o desenvolvimento ocorrido no entorno da Estrada do Arraial do Rio Vermelho, as terras originalmente   ocupadas pelos índios começaram a ser ocupadas por outros povos, essencialmente esses povos eram de religião católica ou de matriz africana.
Entende-se que o bairro da Federação surge da urbanização de fazendas, chácaras e pequenas roças, terreno esses que pertenciam originalmente aos indígenas. Logo em seguida passando para a Igreja, dai a forte ligação religiosa do bairro tendo a presença de várias igrejas, como a Igreja de São Lázaro criada na primeira metade do século 18 com registro patrimonial datado de 1734. Dentre outras como a paróquia do Divino Espírito Santo localizada no Alto das Pombas e uma das mais famosas que foi construída junto com o cemitério do Campo Santo.
Festa de São Gonçalo
Em relação a essa ligação religiosa cabe destacar a Capela de São Gonçalo do Rio Vermelho foi provavelmente a primeira igreja dedicada ao santo, no Brasil, construída entre 1636 e 1695. Em 1724, o templo foi doado ao Mosteiro de São Bento. No final do século 18, a imagem de São Gonçalo foi transferida para a Igreja do Bonfim e a festa de São Gonçalo foi adaptada para o novo local.
Ruínas da Capela de São Gonçalo em
1835

Capela localizava-se no alto da atual Rua Almirante Barroso, no bairro do Rio Vermelho. O local ainda é conhecido como o Alto de São Gonçalo e se liga diretamente com Avenida Cardeal da Silva antiga estrada que ligava Rio Vermelho ao centro da cidade.
A primitiva Capela do Campo Santo foi construída junto com o Cemitério do Campo Santo, em 1836, mas foi destruída no movimento conhecido como a Cemiterada, que buscava o retorno aos sepultamentos nas igrejas, proibidos em 1835, por questões sanitárias.
Primeira Igreja do Campo Santo

Em 1839, a Santa Casa de Misericórdia passou a administrar o Campo Santo. Em 1841, o Cemitério e a Capela foram reconstruídos.
A atual Capela de Nossa Senhora da Piedade, a terceira edificada no local, teve sua construção iniciada em novembro de 1870 e foi inaugurada em 7 de junho de 1874. O projeto, em estilo neogótico, é do arquiteto Carlos Croezy, que também fez o projeto do Hospital Santa Izabel.
O Santuário de São Lázaro e São Roque é mais antigo do que a Igreja mais famosa de Salvador, a do Senhor do Bonfim e também está localizado na Federação. O mais antigo documento histórico que fala sobre a existência da Capela de São Lázaro é de 12 de outubro de 1737. Ao Santuário de São Lázaro estava ligado o hospital chamado de “Lazareto”, afastado do centro de Salvador, destinado ao tratamento das pessoas portadoras de doenças contagiosas, dentre elas, os escravos trazidos da África. 
Igreja de São Lázaro
É uma das quatro capelas baianas em estilo colonial do início do século XVIII. Seus frequentadores, em sua grande maioria, são de raízes afrodescendentes, vindos das periferias de Salvador. Eles têm um sentimento de pertença muito grande ao patrimônio construído pelos seus ancestrais e sentem que este lugar, além de sagrado, é parte da história de lutas, sofrimentos e conquistas do seu povo. 
Também existe uma forte presença de religiões de matriz africana no bairro, cabendo destaque o Terreiro do Gantois ou Ilê Axé Iyá Omin Iyamassê é o mais famoso e um dos mais importantes terreiros do País. Fundado na primeira metade do século XIX, provavelmente decorrente de um processo de dissidência do Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Terreiro da Casa Branca) sabe-se que a primeira Ialorixá do Gantois foi iniciada no Casa Branca, o seu nome africano, Ilê Axé Iyá Omin Iyamassê, faz alusão a uma divindade feminina, senhora das águas. Já o nome em português refere-se ao antigo proprietário do terreno onde está estabelecido o terreiro: um europeu chamado Gantois. 
Terreiro Ilê Axé Iyá Omin Iyamassê
O terreiro está situado na Rua Mãe Menininha do Gantois, s/n (antigo Alto do Gantois, n.23), bairro da Federação, Salvador, Bahia, e ocupa uma área de cerca de 3.600 m², entre a parte cumeada do morro e o vale. Seus espaços são divididos em áreas de acesso público, semipúblico e restrito.
Também encontra-se no bairro a Igreja Evangélica de Confissão Luterana, na Rua Professor Aristides Novis, 07, Federação adquirida em 1957. Antes disto os cultos eram realizados na Sociedade Alemã Germânica ou em casas de membros da igreja. Atualmente a comunidade é formada por setenta famílias, muitas delas descendentes de Alemães, suíços e austríacos, além de pessoas do sul e sudeste do país que residem em Salvador. O pastor Armindo destaca que o objetivo da igreja é divulgar o evangelho e participar de encontros ecumênicos. Martim Lutero é um ex-padre que no século XVI que enfrentou com suas críticas os dogmas da Igreja Católica, o que desencadeou a Reforma Protestante. Lutero, entre outros princípios, defendeu a pregação em língua local, e traduziu a bíblia do latim. O protestantismo ganhou muitos adeptos na Europa e se estendeu para outras partes do mundo. Na Igreja Evangélica de Confissão Luterana as crianças têm oportunidade de participar do Culto Infantil. São promovidos também encontros e atividades culturais, destacando-se dois grupos: um grupo formado por senhoras da terceira idade, que fazem trabalhos filantrópicos e a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas, um grupo de mulheres que se reúne com o objetivo de ler o evangelho, e que também confecciona artesanatos e comidas típicas, que são vendidos no tradicional bazar de Natal da igreja.
Igreja Luterana
Para além dos templos e Igrejas acimas citados, o bairro apresenta muitas outras igrejas como a Paróquia localizada no final de linha do Alto das Pombas um sub bairro da Federação, uma série de outras congregações evangélicas e outros terreiros de candomblé menores.

Contexto Histórico da Federação

Surgimento da Federação 
Estrada da Federação

Salvador é uma cidade muito importante, por se tratar de uma rota marítima natural, está em constante crescimento e se torna a primeira  metrópole do país. Devido a esse fato apresenta ligação direta com seus bairros através de construtos históricos e marcas deixadas pelo tempo.
A Federação se liga diretamente a Salvador, devido ao fato de seu surgimento está ligado a antiga Estrada do Arraial do Rio do Vermelho, que ligava esse importante arraial onde hoje é o bairro do Rio Vermelho ao centro da cidade onde havia uma feira, portanto todo tipo de mercadoria que fosse transportada, tanto para consumo, como para venda teria obrigatoriamente que passar por essa estrada.
O Arraial do Rio Vermelho era um bairro de veraneio, que antes disso, por volta de 1509 a 1510 foi abrigo de Diogo Álvares Correia, o Caramuru, segundo pesquisas o mesmo foi supostamente encontrado por indígenas, especificamente tupinambás que lhe renderam o apelido de Caramuru. Com isso, podemos constatar que os moradores originais dos bairros hoje conhecidos como Rio Vermelho e Federação eram indígenas.
A partir da chegada de Caramuru, o Arraial do Rio Vermelho começou a se desenvolver, vindo a se tornar o bairro de veraneio acima citado, e os produtos que ali eram gerados precisavam ser comercializados, e a única forma de comércio nessa época era uma feira livre que havia no centro da cidade, como também já foi citado anteriormente, e para se chegar a essa feira era necessário percorrer a antiga Estrada do Arraial do Rio Vermelho, que mais tarde se tornou Estrada da Federação e hoje é conhecida como Avenidas Cardeal da Silva e Caetano Moura.
Com essa intensa movimentação por essa estrada, as terras em seu entorno originalmente ocupadas por indígenas começaram a ser povoadas e assim tem inicio a história de surgimento do bairro e sua ligação direta com Salvador.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

O que é o bairro Federação?


 Apresentando a Federação

Fonte: http://historiadobairro-rua.blogspot.com/


A Federação é um bairro de Salvador, capital do estado brasileiro, Bahia.  Bairro central, onde estão localizados importantes cemitérios, unidades da Universidade Federal da Bahia, importantes emissoras de TV e rádio, igrejas e importantes terreiros de candomblé.
Tem limites com a Graça e Canela (a Oeste), o Garcia (ao Norte) e o Engenho Velho da Federação (ao Sul) Sua principal via é a Avenida Cardeal da Silva - na verdade um prolongamento (sem solução de continuidade) da rua Caetano Moura, que por sua vez é sequência da Ladeira do Campo Santo e esta da Rua Padre Feijó (que vem do Canela). Na Federação é que inicia a Avenida Anita Garibaldi, uma das principais vias centrais da capital baiana. A primeira via foi a rua Caetano Moura, inicialmente chamada de Estrada da Federação.
Conforme dito anteriormente, o bairro abriga importantes cemitérios, como o do Campo Santo a principal necrópole da capital; defronte a este está o Cemitério dos Alemães (ou Cemitérios dos Estrangeiros), voltado para a comunidade teutônica.
Pela sua localização geográfica, sendo um dos bairros mais altos, cujo ponto culminante atinge 115 metros de altitude, abriga várias emissoras de rádio e televisão do estado, também citadas anteriormente, dentre elas destacamos, a TV Bahia, TV Aratu, TV Record, esta última, muito conhecida pela sua alta torre de transmissão que é avistada desde a Av. Vasco da Gama, Band Bahia, TVE Bahia e TV Baiana.  
A Universidade Federal da Bahia tem ali o Pavilhão de Aulas da Federação (PAF), um complexo de unidades que tem início com a Escola Politécnica 
Escola Politécnica da UFBA
e, mais adiante, a Faculdade de Arquitetura e Instituto de Geociências - prolongando-se na parte inferior do terreno contíguo, já em Ondina, com outras tantas unidades de ensino superior. É na Federação também que está um câmpus da Universidade Católica 
Extremamente rica culturalmente, a Federação é um dos bairros mais privilegiados de Salvador possuindo dentre os seus “tesouros” diversos terreiros de candomblé (Gantois e Casa Branca). Hoje, o bairro da Federação faz ligação entre diversos pontos da cidade como as Avenidas Vasco da Gama, Garibaldi e Centenário e os bairros do Rio Vermelho, Canela e Graça. 

Fontes: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/vivendo-polo.php?cod_area=9&cod_polo=34
https://pt.wikipedia.org/wiki/Federa%C3%A7%C3%A3o_(Salvador)





Entrevista

Fonte: https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact ENTREVISTA Entrev...