A Bahia do século XVII abrigou senhores
de engenho, planos de urbanização, comércio, estruturas sociais pouco
diferenciadas e um contingente populacional que não parava de crescer. No
século XVIII, apesar da descoberta do ouro nas Gerais, os progressos de
Salvador como metrópole regional continuaram e a cidade apresentava vários
problemas infra estruturais como poucas moradias e não dispondo de
significativo poder econômico para enfrentar a concentração de propriedade.
Neste contexto, a Santa Casa de
Misericórdia da Bahia - SCMB procurou contribuir com as suas diversas ações
filantrópicas e, obviamente, buscava cumprir com todas as suas funções, mas,
neste trabalho o enfoque, é dado apenas sobre o primeiro dos compromissos
espirituais: “ensinar aos ignorantes”. A importante ação caritativa de acolher
crianças e cuidar dos doentes está até hoje presente na memória de muitos,
estreitamente ligada à Casa de Roda e ao Hospital Santa Isabel, razão pela
qual, acreditamos, tenha ficado ofuscada a ação educativa desempenhada pela
instituição.
Nessa perspectiva de acolhimento de
senhores de engenho, por consequência atendia também aos escravizados gerando
um contingente populacional que se firmou nas proximidades do então cemitério
do campo de propriedade da santa casa de misericórdia fundado em 1836, desse
contingente populacional formou-se no bairro da Federação o sub distrito do
Alto das Pombas, formado por população de maioria negra e que em grande parte
possuem religião de matriz africana legados de sua descendência africana,
motivo pelo qual existe junto ao bairro um grande numero de terreiros de
candomblé associados ao grande número de igrejas.
Além dos aspectos acima citados, acredita-se que a grande maioria da população do Alto das Pombas tenha se formado graças a grande concentração de escravizados da Santa Casa de Misericórdia, trata-se de filhos de escravos que eram atendidos pela instituição que se desenvolveu bastante na região graças a administração que mantem no cemitério do Campo Santo, razão pela qual grande parte do território do bairro pertencia originalmente a Santa Casa.
Segundo entrevista realizada com moradora antiga do bairro, reside a aproximadamente 50 anos, a relação da Santa Casa com os moradores é considerada conflituosa pois, segundo a mesma a Santa Casa se achava dona do terreno e não tínhamos saída. Tínhamos que passar por dentro cemitério do Campo Santo com hora de fechar e abrir. Além disso, não existia calçamento e iluminação, de onde concluímos que inicialmente o bairro era totalmente fechado, não havendo a principal rua do bairro a Teixeira Mendes.
Considerando-se proprietária da região do Alto das Pombas, a Santa Casa passou a cobrar da comunidade uma taxa. Entretanto, segundo ela, moradora há mais de 50 anos, cujo local criou seus oito filhos, a Associação de Moradores do Bairro tem feito pesquisas em cartórios de Salvador e não tem encontrado registro que confirme a propriedade do terreno por parte da referida instituição. Por conta disto, os moradores deixaram de pagar a mensalidade estipulada e, agora uma questão corre na justiça, envolvendo a Prefeitura Municipal de Salvador e a Santa Casa de Misericórdia.
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Fonte: https://www.google.com.br/url? |
Atualmente estão sendo concedidas escrituras para os moradores do bairro, no terreno que até então, em tese era de propriedade da Santa Casa. O que podemos concluir desse relato é que existe sim uma forte ligação da população local com a Santa Casa, desde os tempos mais remotos com o surgimento do cemitério administrado pela Santa Casa, gerando um grande contingente populacional de escravizados até a relação conflituosa da atualidade.
Fonte: http://www.bahia-turismo.com/salvador/igrejas/sao-goncalo.htm
Muito legal o blog adorei
ResponderEliminarLegal.parabéns.
ResponderEliminarMuito bom.
ResponderEliminarInteressante essa pesquisa,bem feita. Obrigada Ivan e ao seu orientador por nos proporcionar o conhecimento de como se deu o surgimento desse bairro tao falado, Alto das Pombas.
ResponderEliminarInteressante essa pesquisa,bem feita. Obrigada Ivan e ao seu orientador por nos proporcionar o conhecimento de como se deu o surgimento desse bairro tao falado, Alto das Pombas.
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